A Vale vai transferir para o Igam (Instituto Mineiro de Gestão de Águas) todas as ações de monitoramento dos recursos hídricos e sedimentos ao longo da bacia dos rios Paraopeba e São Francisco. A mineradora também se comprometeu a custear essas ações pelos próximos 10 anos.
A decisão foi tomada após a assinatura de um Termo de Compromisso junto ao MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Parte do leito do rio Paraopeba, que deságua no São Francisco, foi contaminado pela lama de rejeitos de minério que vazou da barragem B1 da mina Córrego do Feijão após o rompimento da estrutura em 25 de janeiro deste ano.
Pelo acordo, nos próximos dois anos e dois meses, a Vale vai arcar com a contratação de uma auditoria técnica independente que ficará responsável por supervisionar o processo de transferência de informações da Vale para o Igam. Nesse prazo, a auditoria também terá como atribuição a fiscalização dos monitoramentos realizados pela empresa.
Monitoramento
Até o momento, já foram realizadas cerca de 4 milhões de análises de água, solo e sedimentos em mais de 31 mil amostras. Esse trabalho analisa diversos parâmetros, como a presença de metais na água, pH e turbidez. A Vale também realizou ensaios de ecotoxidade ao longo do rio Paraopeba com a finalidade de entender as consequências do depósito de rejeitos no curso d’água.
Os resultados obtidos até o momento não apontam efeitos tóxicos nas amostras de água devido à presença de rejeito no rio.
As análises da Vale e do Igam mostram que a pluma de sedimentos que vazou da B1 parou no reservatório da Usina de Retiro Baixo, no município de Pompéu (MG), onde chegou apenas o material mais fino.